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Papangu - Lobisomem

Информация:

Группа: Papangu
Альбом: Holoceno
Год: 2021
Страна: Бразилия

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Текст:

Do sétimo filho vai nascer um lobo
Que se perde e pede socorro
Nada pode lhe parar: nem a prata, nem rezar
O demônio vai partir, vai uivar e vai rugir

Corpo enegrecido olhos feito a lua
Mente podre obscura vazia e crua
Quando minha mão chegar na garganta da fera
Vou provar ao povo meu ou pro inferno vou com seu terror

Besta-fera demônio assombração lobisomem

Quando eu morrer, não soltem meu cavalo
Nas pedras do meu pasto incendiado
Fustiguem-lhe seu dorso alanceado
Com a espora d’ouro, até matá-lo

Um dos meus filhos deve cavalgá-lo
Numa sela de couro esverdeado
Que arraste pelo chão pedroso e pardo
Chapas de cobre, sinos e badalos

Assim, com o raio e o cobre percutido
Tropel de cascos, sangue do castanho
Talvez se finja o som d’ouro fundido

Que’em vão, sangue insensato e vagabundo
Tentei forjar, no meu cantar estranho
À tez da minha fera e ao sol do mundo'  

'mas eu enfrentarei o sol divino
O olhar sagrado em que a pantera arde
Saberei porque a teia do destino
Não houve quem cortasse ou desatasse

Não serei orgulhoso nem covarde
Que o sangue se rebela ao toque e ao sino
Verei feita em topázio a luz da tarde
Pedra do sono e cetro do assassino

Ela virá, mulher, aflando as asas
Com os dentes de cristal, feitos de brasas
E há de sagrar-me a vista o gavião

Mas sei, também, que só assim verei
A coroa da chama e deus, meu rei
Assentado em seu trono do sertão
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